domingo, 29 de setembro de 2013

A PERFEIÇÃO


«Calipso segurou de leve o seu ombro robusto:
-Quantos males te esperam, oh desgraçado! Antes ficasses para toda a imortalidade na minha ilha perfeita, entre os meus braços perfeitos...
Ulisses recuou, com um brado magnífico:
- Oh Deusa, o irreparável e supremo mal está na tua perfeição!
E, através da vaga, fugiu, trepou sofregamente à jangada, soltou a vela, fendeu o mar, partiu para os trabalhos, para as tormentas, para as misérias - para a delícia das coisas imperfeitas!»
(«A Perfeição», 1897 in Contos)

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