sábado, 18 de maio de 2013

Nova Iorque, 1873

«Se você sai do seu hotel e encara algumas das ruas grandes de New York fica aterrado: - aquela agitação, estrondo, ruído, febre, rostos consumidos e secos, toilette únicas, carruagens nos passeios, ónibus aos lados, caminhos-de-ferro por cavalos no centro da rua, caminhos-de-ferro a máquina por cima das ruas, junto aos tectos das casas, o aparato imenso da polícia, a excentricidade dos anúncios, - o rumor apressado de todo o mundo, - compreende logo - que está num povo bárbaro que aprendeu a civilização de cor. Mas bárbaro como é - que força, que originalidade inventiva, que perseverança, que firmeza!» (Carta de Eça a Ramalho Ortigão, 20 Jul. 1873)

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Cataratas do Niágara, 1870

«O Niágara sacudiu-me porque eu estava só e descontente: se estivesse com um amigo - consideraria que o Niágara é simplesmente um rio que desaba - e não teria extraído daquela circunstância natural e geológica outras imagens e outras sensibilidades. Mas como estava só - a paisagem infinitamente doce, vasta e plana das margens daquele rio sagrado na religião dos índios, o mesmo facto da queda do rio - aspecto horroroso e singularmente cativante - a beleza divina das pequenas ilhas que estão justamente no ponto em que o vasto rio cai na largura de duas milhas (!) pequenas ilhas cheias de bosques de flores, de sombras de graça e de claridade, no meio da demência pavorosa da Queda - tudo aquilo - me fez passar uns dias excessivamente nervosos e romanescos...» (Carta de Eça de Queirós a Ramalho Ortigão, Montreal, 20 Jul. 1873)

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Autógrafo de Eça de Queirós no Leque da 

Viscondessa de Cavalcanti

Publicado por Irene Fialho em Almanaques e Outros Dispersos, Imprensa Nacional Casa da Moeda, 2011.

Leque da Viscondessa de Cavalcanti

Leque da Viscondessa de Cavalcanti, guardado no Museu Mariano Procópio na cidade de Juiz de Fora, estado de Minas Gerais, Brasil. Nele Eça de Queirós escreveu:
«Este velho e tão louvado aforismo - a Mulher, na sua beleza, é mais forte que um exército posto em batalha - foi certamente escrito por Salomão no leque de pergaminho e sandalo da Rainha de Sabá. Paris, 11 de Março de 1891»