«Uma das coisas encantadoras que nos traz o Natal são esses lindos livros para crianças, que constituem a literatura de Natal.
Não falo desses extraordinários volumes dourados publicados pelos editores franceses, em encadernações decorativas como fachadas de catedrais, que custam uma fortuna; contêm um texto que nunca ninguém lê e são oferecidos às crianças; mas realmente servem para obsequiar os papás. Os pobres pequenos nada gozam com esses monumentos tipográficos; apenas se lhes permite ver de longe as gravuras a aço, sob a fiscalização da mamã, que tem medo que se deteriore a encadernação; e o resplandecente volume orna daí por diante a jardineira da sala, ao lado do candeeiro vistoso.Em Inglaterra existe uma verdadeira literatura para crianças, que tem os seus clássicos e os seus inovadores, um movimento e um mercado, editores e génios – em nada inferior à nossa literatura de homens sisudos. Aqui, apenas o bebé começa a soletrar possui logo os seus livros especiais (...) É no Natal principalmente que esta literatura floresce. As lojas dos livreiros são então um paraíso. Não há nada mais pitoresco, mais original, mais decorativo, que as encadernações inglesas: e as estampas, as cores leves e agudas, oferecem quase sempre verdadeiras obras de arte, de graça e de humor.» («A Literatura de Natal para crianças» in Cartas de Inglaterra)
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